Bruna Viana
Mademoiselle De Lafontaine: você sabe quem ela foi?
Atualizado: 22 de set. de 2021
Hoje é dia internacional da mulher e decidi compartilhar com vocês uma história bem bacana.
Quando o ballet começou as mulheres não podiam dançar, pois a dança clássica (dança das cortes) foi criada para aproximar o homem de Deus e endeusa-los, fazendo com que eles estivessem acima dos humanos "comuns" e abaixo de Deus numa linha "divina". As mulheres eram consideradas não dignas desta aproximação de Deus e bem menos dignas de serem consideradas superiores que os homens que não dançavam.
No início quando era necessária a representação de uma figura feminina em apresentações de dança, eram homens que se transvestiam e dançavam os papéis femininos. As mulheres foram entrar na dança somente quando Mademoiselle De Lafontaine subiu aos palcos.
Ela foi bailarina no teatro que hoje conhecemos como Ópera de Paris e foi a mais lembrada entre as 4 primeiras mulheres que juntas pisaram no palco pela primeira vez.
Na época ainda se usavam trajes pesados, saltos, perucas, máscaras, joias e tudo que a nobreza tinha direito de incluir em seus looks para as apresentações dos bailarinos, mas mesmo assim sua leveza encantou o público e depois disso as mulheres começaram a conquistar seu espaço na dança.
Hoje é quase impossível pensar num cenário desses, já que a dança está repleta de mulheres e os homens são a minoria. Para mim essa é a prova de que não existe "coisa de homem" e "coisa de mulher".
Claro que os tempos são outros e o machismo ainda está muito enraizado na nossa sociedade e em tudo que envolve o ballet clássico, mas deixando um pouco as questões sociais de lado, eu fico extremamente orgulhosa de olhar para trás e ver tantas mulheres que fizeram história dentro do ballet hoje serem reconhecidas devido a sua trajetória e impacto causado. Será que de lá de onde elas estão elas se sentem orgulhosas de verem tantas mulheres felizes dançado ballet?
